O relacionamento complicado entre Tesla e o Bitcoin
Tesla e Bitcoin sempre tiveram um relacionamento complicado. Confira os principais destaques entre a empresa e a cirptomoeda.

Em fevereiro de 2021, o Bitcoin disparou para um novo recorde de US$ 47.000 após a Tesla anunciar um investimento de US$ 1,5 bilhão na criptomoeda.
Sem dúvida, foi uma notícia enorme: uma empresa listada publicamente e com reconhecimento global estava abraçando o Bitcoin. Nesse sentido, a MicroStrategy havia sido a primeira a incluir BTC em seu balanço, em agosto de 2020.
Todavia, ela não possuía o apelo midiático da empresa comandada por Elon Musk. O movimento ousado da Tesla seguiu uma série de tuítes do bilionário sobre Bitcoin e Dogecoin — postagens erráticas que, no entanto, moviam os mercados.
Um mês antes desse anúncio, o Bitcoin subiu 20% depois que Musk colocou a hashtag #bitcoin em sua biografia no Twitter. Para intensificar o frenesi, a Tesla também anunciou que aceitaria Bitcoin como forma de pagamento por seus carros de luxo — um marco, considerando que a maioria dos varejistas ainda não aceitava criptomoedas.
Esses dois anúncios foram vistos como avanços importantes para a adoção dos ativos digitais.
As primeiras complicações entre Tesla e o Bitcoin
No entanto, a Tesla logo começou a recuar. Em maio de 2021, a empresa suspendeu a compra de veículos com Bitcoin. Na época, Musk escreveu no Twitter:
Estamos preocupados com o uso crescente de combustíveis fósseis na mineração e nas transações com Bitcoin, especialmente o carvão, que tem as piores emissões de todos os combustíveis.
À primeira vista, o argumento fazia sentido. Parecia incoerente que uma empresa voltada à sustentabilidade investisse em ativos tão dependentes de energia não renovável.
Mesmo assim, Musk deixou a porta aberta. Segundo ele, a Tesla voltaria a aceitar Bitcoin se ficasse comprovado que ao menos 50% da energia usada na mineração fosse renovável.
Embora dados indiquem que esse nível já tenha sido alcançado há algum tempo, a Tesla ainda restringe suas vendas a pagamentos em moeda fiduciária.
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Vendas e impactos no mercado
Outro episódio polêmico surgiu dois meses após a empresa comprar 43.053 BTC. Na época, confirmou-se que 10% do total havia sido vendido. Executivos afirmaram que o objetivo era demonstrar que o Bitcoin é um ativo líquido.
Mas o pior ainda estava por vir. Em julho de 2022, a Tesla revelou que havia vendido 75% dos 38.747 BTC restantes — e com prejuízo. Dados da Arcane Research sugerem que 29.060 BTC foram vendidos a um preço médio de US$ 32.209, o que rendeu cerca de US$ 936 milhões.
Com a forte valorização do Bitcoin nos três anos seguintes, essa decisão pareceu extremamente precipitada. Hoje, esses 29.000 BTC valeriam aproximadamente US$ 2,7 bilhões. Considerando o último recorde histórico do Bitcoin, de US$ 109.000 em janeiro, valeriam US$ 3,15 bilhões. Doeu.
Dados do BitcoinTreasuries mostram que a Tesla caiu posições entre as empresas com mais Bitcoin. Atualmente, possui 11.509 BTC e ocupa a sexta colocação — atrás de CleanSpark, Galaxy Digital Holdings, Riot Platforms, MARA Holdings e Strategy. Caso não tivesse vendido os ativos, ainda estaria em terceiro lugar.
Os resultados financeiros mais recentes da Tesla não mostram novas compras ou vendas de Bitcoin no último trimestre, mas os investidores se preocuparam com outras questões.
Musk se afasta do Bitcoin e foca na Tesla
Entre janeiro e março, as vendas de veículos da Tesla caíram 20% em comparação ao ano anterior. Além disso, a lucratividade despencou incríveis 70%.
Diante do cenário, Musk informou aos analistas que pretende dedicar mais tempo à Tesla. Ele também afirmou que vai reduzir suas funções no Departamento de Eficiência Governamental de Donald Trump.
Ainda assim, isso pode não ser suficiente para recuperar os resultados da montadora. Os protestos contra sua atuação política se espalham pelas concessionárias da Tesla nos Estados Unidos e em outros países.
Outro número preocupante: as ações da TSLA perderam 32,4% de valor desde o início de 2025.
Apesar da postura pró-cripto de Trump, Musk não posta nada sobre Bitcoin desde 2022. Isso indica que seu entusiasmo pelos ativos digitais diminuiu bastante.
Com analistas alertando para os danos que Musk causou à marca Tesla — e considerando que ele também está focado na gestão da plataforma X — tudo indica que ele não voltará a se importar com o Bitcoin tão cedo.
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